Engenheira cria tecido repelente inclusive contra mosquito da dengue Cotidiano UFSC

mar 21, 2015

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Com base nos dados do ministério da saúde as vítimas de dengue no Brasil vêm crescendo nesses últimos meses: 220 novos casos são registrados por hora. Diversas medidas estão sendo tomadas na luta contra a doença, que ainda não tem vacina nem tratamento. Além de destruir os focos do mosquito transmissor da Dengue, o uso de repelente é recomendado para evitar a contração do vírus.

 

Os números do Ministério da Saúde mostram que, este ano, a cada 20 segundos um novo caso de dengue foi notificado no Brasil, até março. Foram 460,5 mil casos da doença. 132 pessoas morreram, 98 só no estado de São Paulo, o mais afetado. Durante uma coletiva de imprensa sobre a Dengue no dia 12 de março, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de dengue e outros 877 estão em situação de alerta para novas infecções.

 

Além da calamidade de saúde pública, a dengue afeta a economia do pais, seja pelo número de trabalhadores afastados das suas atividades ou pela baixa no turismo. O governo dos Estados Unidos por exemplo, emitiu uma nota no dia 20 de abril para alertar os turistas sobre o risco de contrair a doença ao viajar para o Brasil. A recomendação é que eles evitem viagens não essenciais.

O custo para combater a dengue é alto. O Governo Federal tem dinheiro específico para programas de prevenção e combate à doença, mas, no ano passado, investiu apenas metade dos R$10 milhões que estavam previstos no orçamento. Não há vacina de prevenção à doença: as medidas para combater a dengue são concentradas na extinção do mosquito Aedes aegypti, que é o vetor de transmissão do vírus.

 A prevenção a mais eficaz contra a dengue consiste em não deixar o mosquito nascer. Por isso é imperativo não deixar a água suja ou limpa ficar parada em qualquer tipo de recipiente como pneus, vasos de plantas, louça, garrafas, e sempre deixar o lixo coberto. Essa atitude ajuda a destruir os lugares de nascimento e desenvolvimento do mosquito.

Outra medida que foi tomada é a liberação – medida aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) – de cerca de 18 milhões de mosquito macho transgênico criado para controlar a população do Aedes aegypti selvagem, que transmite a dengue, na esperança que cruzem com a femea transmissora da doença. Os filhotes desse cruzamento nascerão com problema genético que os impedirá de chegar à idade adulta e os matará ainda na fase larva.

 

Ideia inovadora para evitar a Dengue

 

O uso de repelente é mais uma forma de se proteger contra a picada do mosquito da dengue. Ele é aplicado na pele para afastar os insetos. Foi com esse objetivo que a doutora em Ciência e Engenharia de Materiais Formada pela UFSC, Fernanda Checchinato criou dois ítens: uma camiseta-repelente e um spray para ser borrifado diretamente em tecidos como roupas, cortinas, sofás, tapetes. O spray deve ser reaplicado a cada 4 horas na pele enquanto a camisa ainda afasta os insetos, e nas roupas depois de cerca de 30 lavagens se não usar produtos de lavar roupa que agridam o tecido. A composição química da camisa e do spray, feito a base de permetrina, uma substância obtida do crisântemo, flor que até então era utilizada como pesticida e inseticida.

Os produtos não trazem risco à saúde e nem danos ao meio ambiente, assegura a engenheira. Ela se inspirou nas roupas de pesca contra insetos feitas nos Estados Unidos.

”Num pais onde a Dengue é uma preocupação de saúde pública, o repelente devia ser subvencionado”. Fernanda Checchinato, Engenheira

Publicada para o Cotidiano Ufsc

 

 

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